Refugiada cristã grávida enfrenta risco de deportação na Turquia para o Irã

Mulher e sua família temem por suas vidas caso retornem ao país de origem.


Uma refugiada cristã iraniana, residente na Turquia desde 2014, enfrenta o risco iminente de deportação para o Irã, onde teme por sua segurança e a de sua filha de dois anos. A mulher, que fugiu do Irã após ser presa por envolvimento com a igreja, afirma que sua vida estaria em perigo caso fosse enviada de volta ao seu país natal.  

A mulher, cujo nome não foi divulgado por razões de segurança, buscou refúgio na Turquia sob a proteção do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) em 2015. No entanto, as autoridades turcas negaram seu pedido de asilo, e desde 2018, quando o governo assumiu a gestão dos casos de refugiados, sua situação tornou-se ainda mais precária.  

“Estou em sério perigo; minha vida e a vida da minha filha estão em risco”, afirmou a refugiada, atualmente em Mersin. Após seis tentativas de apelação negadas sem audiência, ela recebeu uma ordem de deportação em outubro deste ano, exigindo sua saída do país até o final de novembro. A violação da ordem pode levar à prisão ou repatriação forçada.  

O histórico da mulher agrava os riscos. Ex-líder de uma igreja clandestina, ela foi presa duas vezes no Irã por sua conversão ao cristianismo e por atividades religiosas. Após seu divórcio, iniciado por seu ex-marido muçulmano, ela enfrentou denúncias legais e perseguição, incluindo a apreensão de materiais religiosos pelas autoridades iranianas.  

Organizações de apoio, como o grupo Philoi Global, destacam que a deportação de convertidos ao cristianismo para o Irã representa um risco extremo, devido à perseguição religiosa sistemática naquele país. Segundo Jude Simion, representante da entidade, as autoridades iranianas têm histórico de deter líderes cristãos sem garantias legais.  

A Turquia, signatária da Convenção de Refugiados de 1951, é criticada por ativistas devido ao tratamento dispensado a minorias religiosas e étnicas. Embora o país acolha milhões de refugiados, principalmente da Síria, casos como o da mulher iraniana evidenciam lacunas no sistema de proteção. Desde que o governo turco assumiu o controle do processo de asilo, denúncias de deportações arbitrárias de cristãos têm aumentado.  

Especialistas apontam para a necessidade de intervenção internacional. “Garantir reassentamento para refugiados perseguidos é essencial, mas muitos países têm ignorado a situação dos cristãos”, afirmou Simion. Enquanto isso, a família da refugiada iraniana aguarda desesperadamente uma solução que evite sua deportação e os riscos associados ao retorno ao Irã.  

Por Imprensa Gospel.

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