Talibã impõe restrição que proíbe mulheres de serem ouvidas em público

Nova medida amplia limitações de direitos femininos sob o regime no Afeganistão.


O governo do Talibã anunciou uma nova restrição para mulheres afegãs, proibindo-as de serem ouvidas por outras mulheres em espaços públicos. Esta é a mais recente de uma série de medidas restritivas implementadas desde a retirada das forças dos Estados Unidos do Afeganistão em 2021. Khalid Hanafi, oficial do Talibã, declarou que a regra deve ser aplicada em situações de oração e de interação social. Segundo ele, “mesmo quando uma mulher adulta reza e outra mulher passa, ela não deve rezar alto o suficiente para que elas ouçam”, conforme relatado pelo jornal The Telegraph.

A medida, que ainda carece de detalhes mais específicos, causou apreensão e descontentamento entre grupos de direitos humanos e cidadãos afegãos. Um ativista, sob anonimato, questionou como as mulheres poderiam cumprir atividades básicas, como comprar alimentos ou procurar cuidados médicos, se até suas vozes estão proibidas em espaços públicos. Para uma moradora de Cabul, a nova medida representa “uma forma de tortura mental” que torna a vida das mulheres “incrivelmente dolorosa” no país.

As restrições impostas às mulheres no Afeganistão sob o governo Talibã têm se intensificado desde a retirada dos Estados Unidos, quando o presidente Joe Biden prometeu adotar medidas econômicas para proteger os direitos humanos no país. No entanto, o Talibã continua a implementar uma interpretação rigorosa da lei Sharia, aparentemente sem repercussões significativas. Em agosto, novas diretrizes de “vício e virtude” foram anunciadas, incluindo a exigência de que as mulheres cubram o rosto em público e só saiam de casa acompanhadas de um homem.

Organizações internacionais, como a ONU, têm se manifestado contra as novas normas. Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, classificou as leis como “totalmente intoleráveis” e apelou ao Talibã para que revogue as restrições, afirmando que elas violam o direito internacional dos direitos humanos. Mesmo com os apelos da comunidade internacional, as afegãs continuam a enfrentar um cenário de direitos cada vez mais limitados, que impacta diretamente sua liberdade e participação social.

Por Imprensa Gospel.

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